Os sapatos de ponta tornam-se algo mais pessoal para cada bailarina, na medida em que constatamos que casa uma possui características anatômicas particulares, facilidades e dificuldades no desenvolvimento do trabalho, distintas e mesmo a maneira de assimilar e operacionalizar a técnica é particular de cada um.
Daí a necessidade de adaptar as sapatilhas personalmente, da melhor forma possível, pois ela será o complemento vital no trabalho de elevação, na técnica do Ballet Clássico. Para que o trabalho possa desenvolver-se produtivamente, a sapatilha deve ser adaptada como uma luva, de tal forma que contribua com a mobilidade do pé, sem causar dor excessiva e tensão para que o movimento não se veja amarrado, artificial, mecânico.
Se estas particularidades não são observadas, o trabalho desenvolvido em cima de dor acarreta o sério risco da técnica tornar-se até mesmo prejudicial à saúde. Pois, se de forma errada a aluna de dança tentar compensar o incômodo, transferido o eixo de sustentação para pontos menos doloridos, comprometerá a estabilidade de toda estrutura anatômico-muscular, a simetria balanceada do peso e o alongamento.
Com a constância do erro e com o passar do tempo o erro acaba sendo fixado, os resultados podem se tornar irreversíveis, tanto para a saúde como para um possível trabalho de reestruturação, limpeza e embassamento técnico.
Fonte: O Ballet e seu contexto teórico
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